Rota da Terra Fria Transmontana

Rota da Terra Fria Transmontana – Escapadinha de Primavera

Paisagens de uma imponência deslumbrante, cultura, ar puro, sabores tradicionais e muita diversão… Poderia assim resumir esta minha experiência, mas muito ficaria por contar! 🙂

Se bem que sendo difícil através de palavras (e mesmo fotos) transparecer todas as boas emoções vividas, tentarei deixar aqui o meu melhor testemunho.

Não se pode conhecer uma terra sem nunca a ter visitado. Por muito que dela se fale, por muito que dela se escreva, só a presença nos dá a noção de escala, só a convivência nos desvenda a alma do povo.

Foi através de um convite da Rota da Terra Fria Transmontana para uma Fam Trip, que tive o enorme prazer de fazer um programa de três dias da escapadinha de primavera. Uma experiência soberba que decorreu entre os dias 14 e 16 de Abril de 2015!

1º DIA DA ESCAPADINHA DE PRIMAVERA

Saímos do Porto por volta das 16h30 rumo a Miranda do Douro numa viagem que se fez calmamente e sem percalços. Já muito perto do destino me ia deslumbrando com as paisagens a perder de vista sobre o rio Douro, uma pequena amostra do que estava para vir…

Chegados a Miranda do Douro, já por volta das 19h, fizemos a nossa primeira paragem no Hotel Parador Santa Catarina, onde passamos a primeira noite.

Fomos recebidos no terraço deste hotel com um welcome drink composto por vinho e entradas, tudo típico da região. Mas o que me deixou de queixo caído, foi a fantástica vista panorâmica sobre as Arribas!

Nesse mesmo terraço foi feito um briefing da nossa escapadinha, pelos guias que nos acompanharam daí em diante: o Luís Costa da Anda D’I – Incoming Service e o Pedro Cordeiro da Douro Pula Canhada.

Nessa noite jantamos no restaurante desse mesmo hotel. Serviram-nos um bacalhau no forno, um vinho branco Ribeira do Corso e por fim tivemos uma mesa de doces regionais à nossa disposição. Tudo muito bom!

Ainda durante o jantar, os nossos guias ofereceram-nos a Mini-Box. Trata-se de uma caixinha com produtos da região: mel de montanha, creme de castanha e um sabonete de leite de burra. Para além disso, foi-nos também entregue o Guia da Terra Fria Transmontana, um guia bastante completo com mais de 260 páginas que também é disponibilizado em formato digital aqui.

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NOTA: Esta oferta, a Mini-Box, é normalmente oferecida a quem almoçar ou jantar num restaurante aderente às Escapadinhas e entregar um vale que pode ser destacado de revistas, jornais nacionais e regionais e outras publicações onde sejam divulgadas as Escapadinhas da Rota da Terra Fria.

Quem reserva uma escapadinha na Rota da Terra Fria Transmontana, tem direito a receber uma Maxi-Box composta por: um chapéu, um cantil, um canivete artesanal, mel de montanha, creme de castanha e um sabonete de leite de burra.

Quem optar por uma escapadinha de 4 noites/5 dias, recebe ainda o Guia da Terra Fria Transmontana.

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Terminado o jantar, tivemos oportunidade de escutar no terraço do hotel o canto de um mocho-d’orelhas. Ok, eu não fazia a mínima ideia de que som era aquele… mas o nosso guia Pedro Cordeiro, grande aficionado de birdwatching, tratou logo de nos explicar de onde vinha o som, mostrando-nos até algumas fotos dessa ave.

Uma passagem por um bar ali da zona, o Black & White, e estávamos prontos para nos acomodarmos nos nossos aposentos, ou seja, no quarto que nos estava reservado no Hotel Parador Santa Catarina.

Todas as acomodações possuem varandas com vista para o rio Douro. Incluem casa de banho privativa e televisão de ecrã plano. E o WiFi funciona muito bem em todo o hotel.

2º DIA DA ESCAPADINHA DE PRIMAVERA

Acordar depois de uma primeira noite no Hotel Parador Santa Catarina, dá uma vontade enorme de correr para a varanda e deslumbrar daquela vista magnífica ao som do chilrear dos pássaros. Um início de dia perfeito!

Pouco antes das 8h30, já estávamos a tomar um revigorante pequeno-almoço buffet no restaurante do hotel.

Após o pequeno-almoço, fizemos o check-out no Hotel Parador Santa Catarina e partimos para o Touring (4×4) pelos Castros e Miradouros do Planalto Mirandês com o sempre bem disposto guia Pedro Cordeiro da Douro Pula Canhada. O touring foi brutal! 🙂

Entre algumas paragens que fizemos no decorrer do percurso, adorei visitar o Centro de Acolhimento do Burro – uma associação sem fins lucrativos, que recolhe e trata animais velhos, abandonados ou alvo de maus tratos, garantindo-lhes um final de vida tranquilo e seguro.

Continuando o passeio, e dirigindo-nos para a Aldeia Nova, deparamos-nos com dois burros muito sociáveis, dóceis e fotogénicos. 🙂

Dando seguimento ao nosso passeio por este troço do Parque Natural do Douro Internacional, fomos ainda contemplando vários monumentos, casas típicas, vacas mirandesas, até chegarmos ao miradouro de S. João das Arribas.

Chegados ao miradouro de S. João das Arribas, somos brindados com uma vista panorâmica lindíssima sobre o Douro Internacional.

Depois seguimos até ao Castro de Vale da Águia, um povoado edificado durante a Idade do Ferro, onde também existe um parque de merendas, e claro, um miradouro com vistas de cortar a respiração!

Seguimos até ao centro de Miranda do Douro para uma tranquila caminhada pelo Parque Urbano do Rio Fresno. Uma área de lazer que se estende por cerca de 1.5 km acompanhando o percurso do rio Fresno e onde podemos ver moinhos, fontes e azenhas recuperadas.

Com a hora de almoço a aproximar-se, ainda deu tempo para deslumbrarmos algumas paisagens (daquelas que já me iam acostumando… e viciando). Desta vez descemos até um cais fluvial, local de embarque para cruzeiros e práticas de lazer.

E entretanto, chegou a hora do almoço e o local escolhido foi o restaurante “O Mirandês“.

Logo nas entradas fiquei deliciado com as alheiras, eram divinais! Mas ainda sobrou espaço para o presunto com melão, o queijo, a chouriça, as azeitonas e o pão, e tudo bem “regado” por um José Preto de 2011!

Depois fiquei um pouco de pé atrás quando soube que nos iam servir umas costeletas de cordeiro. Nunca tinha provado e não fazia ideia se iria ou não gostar. Provei, é claro… e adorei! Era capaz de comer costeletas de cordeiro todos os dias! :p Incrível como sendo apenas temperadas com sal e grelhadas na brasa, ficam uma iguaria 5 estrelas!

Mas não ficamos por aqui! Ainda nos ofereceram a famosa posta à mirandesa acompanhada com batata a murro. De comer e chorar por mais!

Atentem só nas fotos destas iguarias, assim como nas sobremesas típicas da região.

Depois deste “manjar dos deuses”, seguimos com uma caminhada pelo centro histórico de Miranda do Douro.

Fizemos um agradável passeio pelas estreitas ruas da cidade antiga. É curioso ver os nomes das ruas todos escritos em mirandês!

Do nosso percurso fez parte o Castelo de Miranda do Douro. Um lugar de paragem obrigatória!

Em 1762, no contexto da guerra dos sete anos, o paiol deste castelo com cerca de 500 barris de pólvora, foi atingido por um tiro de canhão, provocando uma enorme explosão que matou mais de 400 pessoas e deixou o castelo em ruínas. Ruínas essas que são agora uma imponente atracção turística.

Ainda nessa tarde, fizemos uma visita ao Museu da Terra de Miranda. Visita acompanhada das sábias explicações dos nossos guias Luís Costa e Pedro Cordeiro.

Entre várias amostras da cultura dos povos da Terra de Miranda, encontramos neste museu uma cozinha tradicional reconstituída ao pormenor, uma sala dedicada às máscaras, colecções de trajes mirandeses e instrumentos usados na sua produção, alfaias agrícolas, assim como os famosos Pauliteiros de Miranda.

O centro da Praça D. João III, onde está situado o museu, está ocupada por uma majestosa estátua em homenagem ao povo mirandês. Nessa estátua o homem veste a capa de honra mirandesa enquanto a mulher usa um xaile mirandês e uma algibeira.

Visitamos ainda a Sé de Miranda do Douro, um símbolo de referência na cidade – conforme o dito popular “chega a Miranda, vê a Sé e anda“.

A Sé de Miranda do Douro guarda, entre outros tesouros e relíquias, um ícone da religiosidade popular que atrai devotos de ambos os lados da fronteira: o Menino Jesus da Cartolinha, em mirandês “L Nino Jasus de la Cartolica“.

Nas traseiras da Sé conservam-se as ruínas da arcada do claustro do Paço Episcopal, que foi consumido por um incêndio em 1706.

Junto à Sé, existe um miradouro de onde é possível avistar um enigmático “2” gravado pela natureza num rochedo.

Diz a tradição que quem conseguir encontrar o número “2” no rochedo fronteiriço, nas arribas do Douro, já em território espanhol, não terá dificuldade em arranjar par, casará em breve e com alguém da região.

Para um final de tarde em grande, seguimos para o miradouro da Fraga do Puio na aldeia de Picote, para ali deslumbrarmos o pôr do sol. Mais uma paisagem de uma beleza indescritível!

Próxima paragem,… Sendim, mais precisamente para jantar no L’ Curral de l Tiu Pino, uma propriedade rural muito acolhedora e onde fomos muito bem recebidos.

Começamos com uma prova de vinhos e acabamos todos à mesa junto a um lagar de uvas primitivo com mais de 300 anos de história.

O jantar foi amavelmente fornecido e servido pelo Sr. Isidro, proprietário do hotel O Encontro. Foi um jantar e um convívio muito agradável! Entre deliciosas costeletas de cordeiro, posta à mirandesa, bons vinhos, compotas e mel caseiro, ainda íamos ouvindo histórias da terra. Adorei ouvir falar mirandês! Ok, não entendi praticamente nada, mas foi curioso… afinal, é a segunda língua oficial de Portugal!

Para dormir, estava-nos reservado o hotel rural La Tenerie, mesmo ali ao lado. Um hotel “delicioso” que nos recebeu muito bem! A Sra. Marília Almendra , a proprietária deste espaço, é de uma simpatia extraordinária e tudo fez para nos fazer sentir em casa.

Este hotel é formidável! A beleza da decoração leva-nos a percorrer cada parede do hotel deslumbrando as máscaras transmontanas da autoria de Carlos Ferreira (marido da proprietária), e outros adornos que tanta cor e alegria dão. Adorei! 🙂

O quarto é amplo, muito confortável e com cores alegres. Dormi que nem um anjinho…

3º DIA DA ESCAPADINHA DE PRIMAVERA

Depois de um delicioso pequeno-almoço no hotel rural La Tenerie, pegamos nas malas e fizemos-nos à estrada, desta vez com destino à reserva Natural da Barragem da Bemposta para irmos ao encontro do Sr. Manuel Moredo da Naturisnor.

Aguardava-nos um fascinante passeio de barco num troço do rio Douro que estabelece a fronteira entre Portugal e Espanha, e que se caracteriza pelas suas imponentes arribas.

Foi um passeio encantador e que durou cerca de 2h30! Não há palavras para descrever a serenidade que toda aquela envolvência nos transmite. Perfeito!

Ao longo do percurso pudemos ainda observar a fauna e a flora do Parque Natural do Douro Internacional e avistar algumas aves, que se não fossem os nossos fabulosos guias, nunca saberia se estava perante uma águia real, um abutre do Egipto, um grifo, uma cegonha preta ou quem sabe, uma rola! 😀

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Aproveitando esta deixa sobre a minha ignorância perante a avifauna (sim, eu não percebo nada de pássaros, mas gosto de os ver livres e se possível no seu habitat natural) queria deixar aqui uma nota que considero importante.

A diferença entre partir à aventura, fazer uma caminhada, um passeio, seja o que for, por nossa conta ou acompanhados por um guia, é impressionante. Já tive oportunidade de fazer alguns passeios, e sei que mesmo munindo-me de informação sobre o destino, fica sempre muito por ver e principalmente por compreender. Agora com um guia, a experiência atinge um outro nível.

Fiquei por diversas vezes fascinado com a cultura e com o entusiasmo do Pedro Cordeiro e do Luís Costa. Sem dúvida que se quisermos realmente conhecer uma região, o ideal é nos fazermos acompanhar por quem a realmente conhece.
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Terminado o passeio, seguimos para o Hotel Rural Solar dos Marcos para ali almoçarmos.

Serviram-nos umas entradas de alheira, chouriço, azeitonas e pão, seguido de um creme de cenoura e de lombinhos de porco com cogumelos. E mais uma vez “regamos” com o famoso vinho José Preto. De sobremesa serviram um delicioso gelado caseiro de frutos vermelhos com chocolate.

Terminou assim a nossa escapadinha! Despedimos-nos dos nossos guias e desta região maravilhosa e apaixonante! Próxima etapa: regresso ao Porto…

Agora aqui vai a minha tentativa de dar a todos “um cheirinho” do que foi esta escapadinha! Assista ao vídeo que criei com alguns momentos desta magnífica experiência:

CONCLUSÃO

Adorei! Adorei! Adorei! E recomendo vivamente a todos que experimentem fazer uma escapadinha com a Rota da Terra Fria Transmontana. É um excelente escape ao ritmo alucinante do dia a dia. Garantidamente não haverá lugar para a monotonia ou desilusão! 🙂

E repare, a Rota da Terra Fria Transmontana permite-lhe personalizar a sua escapadinha ao seu gosto.

Existem programas de 2 noites/3 dias e de 4 noites/5 dias, ambos contemplam uma selecção de actividades turísticas pré-determinadas mas que pode ser complementada com suplementos opcionais.

Rota da Terra Fria

Para terminar, deixo aqui o meu agradecimento especial à Rota da Terra Fria Transmontana por me ter proporcionado esta experiência enriquecedora.

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PARCERIA: Aproveito também para agradecer ao blog Rotas e Sabores pela amabilidade em me ter convidado como parceiro nesta Fam Trip e por ter fornecido grande parte das fotos deste evento. Obrigado! 😉

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